segunda-feira, 17 de junho de 2013

Leitura e escrita: compartilhando experiências: Situação de aprendizagem:" Pausa", Moacyr Scliar

Leitura e escrita: compartilhando experiências: Situação de aprendizagem: "Pausa", Moacyr Scliar SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM
TEXTO: "Pausa" – Moacyr Scliar
9º ANO - Sala Heterogênea
ESTA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM SERÁ DESENVOLVIDA COM OS OBJETIVOS DE:
·         Estudar os traços do gênero conto.
·         Conhecer as características do conto.
·         Ampliar a capacidade leitora.
·         Compreender e entender o texto.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES:
·         Ativar conhecimento de mundo
·         Levantar hipóteses e fazer inferências
·         Reconhecer na leitura os traços característicos do gênero conto
·         Localizar informações implícitas no texto que levam à compreensão e ao entendimento
·         Praticar a entonação durante a leitura

ESTRATÉGIAS: Aula interativa com a participação dialógica do aluno; leitura em voz alta realizada pelo professor, leitura em dupla.
RECURSOS: Texto; dicionário de língua portuguesa; lousa e giz.

ANTES DA LEITURA:
LEVANTAMENTO DO CONHECIMENTO PRÉVIO.
1 – Vocês já conhecem o autor do conto, Moacyr Scliar? Conhecem outros contos dele? (Contextualizar o autor: é um escritor contemporâneo, tinha outra profissão, médico, faleceu há pouco tempo, 2011).







2 – O que você entende por pausa?
3 – Em que tipo de situação você pode se deparar com esse termo (pausa)?
4- Contextualizar: em quais situações pode haver uma pausa? (refeições, trabalho, música, aula, relacionamento...).

DURANTE A LEITURA:
CHECAGEM DAS HIPÓTESES.
5 – Leitura em voz alta feita pelo professor.
6 – Leitura em dupla – aluno com mais e com menos dificuldade.
7 – Verificar vocabulário e fazer busca no dicionário.
8 – Qual foi o sentido da palavra pausa no texto? O sentido da pausa no texto se confirma com as hipóteses mencionadas anteriormente? O que você entendeu do texto? Em que (quais) momento (s) do texto encontramos uma pausa?
9 – Quais pistas encontradas no texto levam a imaginar como o personagem irá agir?

DEPOIS DA LEITURA:
APRECIAÇÃO E RÉPLICA.
Sistematização das impressões dos alunos sobre o texto lido registradas na lousa pelo professor.

BIBLIOGRAFIA:
ROJO, Roxane. Letramento e capacidades para a cidadania. São Paulo: CENP, 2004. Texto apresentado em Congresso realizado em maio de 2004.
MARINHO, América A.C. e SILVA, Zoraide I.F. Trabalho diversificado (Adaptado)
 SCLIAR, Moacyr. Pausa. Disponível em: http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070504161711AAZxr0 Acessado em 26/04/2013



CONTO
 Pausa - Moacyr Scliar



Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu,bocejando:

— Vais sair de novo, Samuel?

Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.

— Todos os domingos tu sais cedo — observou a mulher com azedume na voz.

— Temos muito trabalho no escritório — disse o marido, secamente

Ela olhou os sanduíches:

— Por que não vens almoçar?

— Já te disse; muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.

A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga. Samuel pegou o chapéu:

— Volto de noite.

As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente; ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas. Estacionou o carro numa travessa quieta. Como pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras. Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo.

Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé:

- Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...

- Estou com pressa, seu Raul - atalhou Samuel.

- Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. - Estendeu a chave.

Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade:

- Aqui, meu bem! - uma gritou, e riu; um cacarejo curto.

Ofegante Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave. Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia d'água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira.

Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido; com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata.
Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho
, deitou-se e fechou os olhos.
Dormir.
Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover-se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.

Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido.

Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa. Perseguido por um índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados; índio acabara de trespassá-lo com a lança Esvaindo-se em sangue, molhado de suor. Samuel tombou lentamente: ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.

Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia, lavou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu. Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.

- Já vai, seu Isidoro?

- Já - disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em silêncio.

- Até domingo que vem seu Isidoro - disse o gerente.

- Não sei se virei - respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caía.

- O senhor diz isto, mas volta sempre - observou o homem, rindo.

Samuel saiu.

Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa.

ROSIMEIRE DAMASCENO










domingo, 16 de junho de 2013

Possível interpretação da música “Já sei namorar”, dos Tribalistas

Podemos interpretar a letra da música da seguinte maneira:

1. Trata-se dos pensamentos e expectativas do adolescente sobre as relações afetivas e do desejo de liberdade e responsabilidade por si próprio.

2. “Já sei namorar
     Já sei beijar de língua
    Agora só me resta sonhar”

Sabe quando a mãe, o pai, ou qualquer outra pessoa diz alguma coisa a um adolescente e ele responde “já sei!”? Pois é! Mas ele não sabe de fato. O que ele quer é provar que não é mais criança, já sabe muitas coisas e é capaz de ter responsabilidade por seus próprios atos. Ele já sabe muitas coisas, mas ainda não tem ideais. Falta sonhar, ou, pensar realmente em suas ações. Já sabe aonde ir, onde ficar, mas ainda não pode sair.

3. “Já sei chutar a bola
    Agora só me falta ganhar
    Não tenho juiz
    Se você quer a vida em jogo
    Eu quero é ser feliz”

A música aproveita o fato de o Brasil ser conhecido mundialmente como “o país do futebol”, para construir uma alegoria entre esse esporte e o tipo de relacionamento do adolescente. Ele já sabe jogar, mas não tem juiz; já sabe namorar, mas não quer nenhum compromisso. Ele relaciona felicidade com falta de compromisso, o famoso ato de “ficar” com alguém, ou várias pessoas. A mesma ideia é constatada no trecho:

“Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo é meu também”

4. “Não tenho paciência pra televisão
     Eu não sou audiência para a solidão”

Nesse trecho, observamos uma crítica à mídia e/ou à alienação dos jovens em relação à tecnologia, que passam horas perdendo seu tempo em frente à TV computador, videogame. E que isso é uma maneira de permanecer solitário. Hoje, com o aumento da utilização de redes sociais, o relacionamento passou a ser virtual, muitas vezes, até, superficial, mantendo as pessoas em casa, despreparadas para lidar com relacionamentos no mundo real.

5. O final da música mostra a falta de compreensão dos próprios sentimentos do adolescente. Ele está rodeado de emoções desconhecidas e informações imprecisas. Tudo é novo, tudo é intenso. “Tô te querendo como se quer”, ou seja, como se espera querer alguém. Um sentimento intenso, mas impreciso.

Situação de aprendizagem: "Meu primeiro beijo" – Antonio Barreto

Público alvo: 9° ano

Objetivos:

  • despertar a sensibilidade para o texto literário;
  • desenvolver a habilidade de construir inferências, interpretar  um texto oralmente e relacionar realidade e literatura.

Duração: 2 aulas

Observação: esta é uma Situação de Aprendizagem iniciada no curso presencial “Melhor Gestão, Melhor Ensino”, visando o desenvolvimento das competências de leitura. Obviamente, cabem outras propostas, incluindo o desenvolvimento das competências de escrita, também.

 Atividade 1
 - Assistir ao videoclipe da música "Já sei namorar", do grupo "Tribalistas": 
http://www.youtube.com/watch?v=smwj7ISnwXM

Já sei namorar – Tribalistas

Já sei namorar
Já sei beijar de língua
Agora só me resta sonhar
Já sei onde ir
Já sei onde ficar
Agora só me falta sair

Não tenho paciência pra televisão
Eu não sou audiência para a solidão

Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo é meu também

Já sei namorar
Já sei chutar a bola
Agora só me falta ganhar
Não tenho juiz
Se você quer a vida em jogo
Eu quero é ser feliz

Não tenho paciência pra televisão
Eu não sou audiência para a solidão

Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo é meu também

Tô te querendo
Como ninguém
Tô te querendo
Como Deus quiser
Tô te querendo
Como eu te quero
Tô te querendo
Como se quer

Atividade 2 
- Discutir com os alunos sobre a música “Já sei namorar”. Eles gostaram? Já a conheciam? O que entenderam da letra?
- Falar da expectativa do adolescente sobre o relacionamento. O que eles pensam? Como eles agem? Quais são as expectativas deles? O objetivo dessa discussão é fazer uma ponte com o texto “Meu primeiro beijo”, de Antonio Barreto, que será lido mais adiante.

 Atividade 3
- Revelar, agora, apenas o título do texto e o nome do autor.
- Quais são as expectativas dos alunos? O que eles esperam encontrar no texto? O que vai acontecer? Do que trata o texto?
- Falar brevemente de Antonio Barreto.

Antonio Barreto (Antonio de Pádua Barreto Carvalho) nasceu em Passos (MG) em 13 de junho de 1954. Reside em Belo Horizonte desde 1973. Morou também em algumas cidades do Oriente Médio, onde trabalhou como projetista de Engenharia Civil, na construção de estradas, pontes e ferrovias. Tem vários prêmios nacionais e internacionais de literatura, para obras inéditas e publicadas, nos gêneros: poesia, conto, romance e literatura infanto-juvenil.


Disponível: http://palavrarte.com/equipe/equipe_antbarreto.php. Acesso em 16/06/13.

Atividade 4
- Formar duplas, observando se os alunos com mais dificuldade em aprender estão com os que têm mais facilidade.
- Pedir que eles leiam o texto em silêncio, marcando palavras e expressões desconhecidas.

Atividade 5
- Ler o texto em voz alta para os alunos, se possível, dramatizando-o.

Meu Primeiro Beijo
Antonio Barreto

É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:
" Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânicas; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por várias semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram... e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!

BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.


Atividade 6
- Perguntar aos alunos o que acharam do texto. Eles já o conheciam? Gostaram? Não gostaram? Por quê? Em algum momento se identificaram com algum personagem?
- Fazer a verificação das hipóteses de leitura levantadas na Atividade 3. Elas foram confirmadas? Aconteceu o que se esperava?
- Verificar com os alunos o sentido dos termos marcados por eles na Atividade 4. Observar se eles marcaram as seguintes expressões e comentar: “o Cultura Inútil”, “estávamos virgens nesse assunto”, “o Culta”, “você é a glicose do meu metabolismo”, “Paracelso”, “salivando seus perdigotos”, “o bactéria falante”, “o abismo do primeiro beijo”.

Atividade 7
- Construir com os alunos a sequência dos fatos da história, enumerando-as na lousa (uma frase por parágrafo, por exemplo). Essa atividade tem como objetivo despertar no aluno a habilidade de resumir e recontar o texto, da sua maneira.

Atividade 8
- Discutir com os alunos o desfecho da história. O que aconteceu? Por que o autor escreveu desse jeito? Qual seria sua intenção?

 Atividade 9
 - Discutir as seguintes questões:
  1.  No texto, a experiência do primeiro beijo se dá a partir do ponto de vista feminino ou masculino?
  2.  De quem foi a iniciativa do beijo?
  3. Nos dias de hoje, de quem costuma ser a iniciativa?
  4. Homens e mulheres são vistos do mesmo modo ao tomarem a iniciativa do primeiro beijo? Por quê?
  5. Existe algum preconceito em relação às mulheres que tomam a iniciativa em um relacionamento? Por quê?
  6.  Na opinião dos alunos, de quem deve ser a iniciativa do primeiro beijo?

 Atividade 10
- Propor aos alunos a leitura do texto “O primeiro beijo”, de Clarice Lispector, disponível no site: http://pensador.uol.com.br/clarice_lispector_o_primeiro_beijo/
- Propor a leitura do livro “Balada do primeiro amor”, de Antonio Barreto.

Bibliografia:

ROJO, Roxane. Letramento e capacidades para a cidadania. São Paulo: CENP, 2004. Texto apresentado em Congresso realizado em maio de 2004.

DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita - elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (Francófona). Caderno do curso “Melhor Gestão, Melhor Ensino”. p. 41-69.



Não deixe de ler:

- Um texto divertidíssimo sobre os perdigotos de Igor de Oliveira Costa: http://www.oopinativo.com.br/2011/09/perdigotos.html

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Depoimentos de leitura e escrita



Natalia:

Nunca me achei uma boa leitora. Quando eu estava na escola, sempre apreciei o tanto de livros que a minha irmã emprestava da biblioteca. Então, comecei a ler os livros que ela lia... e outros também. Quando começo a ler um livro que me agrada, a sensação é única. É um momento meu, de desligamento do mundo presente, uma viagem para outros mundos, uma outra vida.

O que me leva a gostar de um livro nem sempre é a história; às vezes, ela seria ótima, se fosse escrita de outra maneira. Mas, também, não adianta o escritor escrever de forma poética ou totalmente inovadora se a história é super chata. Eu não sou do tipo que gosta do livro porque o autor é famoso ou porque é da Academia de Letras. Para mim, um bom livro tem que ter “história” e ser “bem escrito”. Mesmo com tudo isso, não me acho uma leitora assídua. Tenho uma lista enorme de livros que quero ler e não sei quando vou poder começar.

Eu já sonhei ser escritora também. Tentei escrever poemas, contos, músicas, já fiz blog, mas nada deu certo. Quando volto a ler o que escrevi, acho horrível e jogo fora ou guardo para ler quando eu for mais velha e ver se consigo melhorar alguma coisa. Apesar da minha falta de criatividade como escritora e da falta de tempo para leitura prazerosa, acho importante o incentivo à leitura e à escrita na vida do indivíduo desde cedo, pois acredito que fazem parte de sua formação. 

Nei: 

Meu encontro com a leitura se deu muito cedo através das histórias em quadrinhos. Ainda criança lia muito e os personagens eram meus amigos: eu participava de suas aventuras, imaginava outras histórias junto deles. Lia também as revistas Placar e Manchete, livros didáticos de geografia e história de meus irmãos mais velhos e assim comecei a conhecer o mundo de "verdade", suas guerras, heróis e regiões remotas. Os anos passaram e eu tive o prazer de conhecer Machado de Assis (me vi em Bentinho), Marcos Rey (fiquei com medo da droga da obediência), Guimarães Rosa (tive a certeza de que eu também teria minha hora e minha vez como Augusto Matraga), Mário de Andrade (me diverti com Macunaíma), Erico Verissimo (Capitão Rodrigo sempre me dá uns conselhos sempre que é noite de vento), Vinícius de Moraes (poesia muito útil em contextos amorosos), Flaubert e Proust (depois de Educação Sentimental parti para Em busca do tempo perdido), Garcia Marquez (que alegria me trouxe Cem anos de solidão - quando chove vem a minha mente as passagens desta narrativa), Berthold Brecht (seus poemas falavam tudo o que gostaria de dizer), Manuel Bandeira (Soneto Inglês nº 2 já foi meu slogan), Luis Vilela, Mario Prata, Caio Fernando Abreu, Camões e Pessoa. Enfim, a leitura moldou o que hoje sou. 


Osana: 

A coleção Vaga-lume fez e faz a diferença na formação do leitor. Quando adolescente, li e reli demasiadamente os livros contidos nesta coleção e ainda hoje, enquanto formadora de leitores e opinião, indico como leitura aos meus alunos estes clássicos nacionais.



Rosimeire A.:

Quando se trata de leitura e escrita, me lembro dos meus pais, da minha infância, da minha professora, foram pessoas muito importantes, me estimularam a ler e escrever. Fiquei fascinada pelas histórias que contavam, pois me estimulou a querer ler outros livros. Quando li o livro Festa no céu de Ana Maria machado, me encantei pela leitura, foi na verdade o meu primeiro contato com uma história, a partir deste senti interesse em ler outros livros e tive boas indicações dos meus professores e isso fez toda a diferença na minha vida. Meus pais sempre me disseram que o estudo é muito importante e faz você ser alguém na vida. A leitura se faz presente em nossas vidas desde a infância, e ela é muito importante para a nossa formação e temos que ler constantemente.

Rosimeire D.:

Uma das experiências que eu tive com a leitura que jamais esqueço, foi quando ainda era criança, eu devia estar na quarta série, não lembro exatamente que idade eu tinha. A escola em que eu estudava, no sítio, não tinha biblioteca, eu não tinha acesso a livros, mas minha irmã, um pouco mais velha que eu, estudava em outra escola que tinha biblioteca e ela sempre retirava livros para ler em casa. Os livros que ela trazia, sempre eram da coleção Vaga-lume: Zezinho, o dono da porquinha preta; O caso da borboleta Atíria; O rapto do menino de ouro e tantos outros, e eu lia todos. Como eu não tinha esse contato com os livros na minha escola, eu adorava quando minha irmã chegava com um título diferente para eu ler também. Dentre os livros dessa coleção havia um que eu nunca tive coragem de ler, pois o título me causava medo. O livro? O escaravelho do diabo, nunca li esse livro e confesso que até hoje não tenho interesse em lê-lo. Essa passagem da minha vida que me colocou em contato com a leitura me marcou muito, as leituras realizadas naquela época tinham um sabor inexplicável.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Quem somos nós

Natalia: Comecei a trabalhar como professora auxiliar de Língua Portuguesa neste ano (2013). Estou terminando o curso de Letras na Unesp. Espero, realmente, aprender muitas coisas neste curso de formação de professores, para, desta forma, melhorar a minha atuação profissional e expandir meus conhecimentos na área da educação. Gosto muito de aprender outras línguas e culturas.

Nei: Sou professor de Língua Portuguesa. Gosto de ação, reflexão, leituras de qualidade, amizades, esportes, televisão, cinema, música e família.


Osana: Adoro a vida, principalmente pelo fato do maior presente que ela (a vida) poderia ter me dado - MEU FILHO!

Tenho um enorme carinho pelos meus alunos, a quem dedico extrema dedicação e apreço; adoro um bom filme e boas leituras. Machado de Assis ainda é referência. Espero que o curso possibilite-nos refletir sobre nossa prática e melhor atuação em sala de aula.



Rosimeire: Sou Professora de Português, atualmente, na Sala de Leitura da E.E. José dos Santos Almeida - Grupinho, em Cândido Mota, SP. Estou bastante apreensiva com o curso, mas também bastante animada, e ansiosa por mais conhecimentos. Gosto bastante de atuar na Educação e interagir com os alunos. Estou aprendendo muito atuando na Sala de Leitura, está sendo muito enriquecedor.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Finalidades deste...


Somos um grupo de professores de língua portuguesa e estamos participando do curso on-line "Melhor Gestão, Melhor Ensino" da Escola de Formação de Professores "Paulo Renato Costa Souza". Uma de nossas tarefas é construir um blog em grupo, no qual iremos publicar depoimentos de leitura e escrita, quem somos nós e, mais adiante, textos relacionados a língua portuguesa, experiências de aprendizagem e ensino etc. Esperamos que você goste deste trabalho e que este possa lhe proporcionar novos conhecimentos. Seja bem-vindo!